Eu sou a Letícia e estou desenvolvendo o conto ‘O inimigo’.
Como sou professora, a opção desses pais por deixar a responsabilidade sob a
criança com a babá mexeu muito comigo. Atualmente essa é uma questão muito
presente na sociedade: pais que só se preocupam em fornecer um conforto
financeiro para seus filhos, e acabam esquecendo do afeto, do cuidado, da
proteção.
A personagem que desenvolvo se relaciona de modo muito frio
com os outros personagens, mas na iminência do sumiço de seu filho é que
descobrimos sua humanidade; ao dizer ‘Cadê
meu filho?! Varka, sua peste! Cadê? O que você fez?’ notamos um desespero
de uma mãe que só parece rever suas prioridades quando não há mais tempo de
voltar atrás.
Letícia,
ResponderExcluirMuito bacana mesmo você relacionar um dos conflitos do conto com observações feitas a partir do seu olhar como professora, como Mulher!
Não estive presente na última aula, mas lembro da penúltima em que você colocou a seguinte questão: "Ter medo que o desfecho da cena ficasse melodramático" (foi mais ou menos isso, né?).
Pensando que esse momento é o único em que vemos vestígios de Humanidade nessa mulher, como você bem colocou em sua reflexão, qual é o principal traço ou gesto que revela a "angústia" dessa mulher? É o olhar? É o grito? É o ato de segurar Varka pelos braços? É o momento em que essa mãe, olha para as pessoas do teatro que não fazem absolutamente nada? É o cobertor caído no chão ao som da risada de Varka?
Fiquei pensando nisso quando você levantou a questão em aula e mais forte agora lendo sua reflexão, talvez esclarecer na cena o momento específico em que essa humanidade se revela nos ajude na construção e nas demais ações que compõem e dialogam com esse momento tão forte e ao mesmo tempo delicado da sua trajetória.
Beijão,
André.