ANGÚSTIAS

SINOPSE

“Angustias” traz à cena o mundo dos contos de Anton Tchekhov. É uma clara materialização artística dos sentimentos plasmados nas histórias do autor. Sentimentos que, embora cotidianos, se realizam nas mais delicadas, profundas espontaneidades e surpresas.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Reflexões: Juliana - A Corista

Eu, Juliana, estou desenvolvendo com a Camila o conto "A Corista". Esse foi um dos contos que chamou minha atenção desde o começo, pelo fato de não deixar clara a intenção de uma das personagens ao confrontar a outra, e a da outra ao se deixar 'conduzir' pela primeira. Nós vivemos em uma sociedade tão nociva, ativa e passiva, ingênua e dissimulada, tudo ao mesmo tempo, que acabamos nos perdendo facilmente mesmo quando estamos no caminho correto. Mas qual o caminho correto? Ele existe?

Esse conto me levou a tantos outros questionamentos... como nos relacionamos com os outros, como nos posicionamos, o que de fato levamos em consideração ou não, o que estamos escondendo, o que realmente buscamos? Qual vulneráveis estamos ou até que ponto nos fechamos? Existe uma hora certa pra deixarmos o muro que nos protege cair? Devemos deixá-lo cair, ou sequer deveríamos tê-lo construído?

A minha personagem então me toca de uma forma muito particular: ela tem muitas das mesmas perguntas que eu tenho. Quem sou eu, e o que eu quero? Como os outros me veem, como eu quero que me vejam? Existe toda uma construção em volta de mim mesma, mas que protege o que, de fato? Há algo que eu quero proteger ou esconder?

... e perceber que um conto de duas páginas traz tantas reflexões me assusta, me encanta, me engaja, me encoraja.


2 comentários:

  1. Juliana,

    Que amplitude de valores temos no conto que você está desenvolvendo com a Camila!!!!! A construção de vocês está incrível, moderna, e comunica diretamente com a questão das "Escolhas". Consigo me identificar e mais que isso, me relacionar com o conflito que vocês estabelecem em cena.
    Pensei agora no momento em que você se desnuda, talvez possamos experimentar em algum momento um estado de apatia nesta cena. Como se você fosse levada a um plano físico que não é aquele, sozinha, sem o chão. Talvez seja esse o único momento de reflexão íntima da sua persona. E volta em uma quebra desse estado de apatia, se relacionando com o que está em volta, momento da Vergonha. Acho que ficou meio confuso, mas podemos desvendar isso pessoalmente na prática.

    Beijos! Ótima reflexão!

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  2. Andre, concordo plenamente. Acho que existe sim um momento de reflexão interior e - talvez aparente externamente - apatia antes da percepção do todo e vergonha...
    Domingo estarei de volta, pronta pra levar isso pra cena! Acho que é exatamente o que eu sentia que estava faltando, mas não conseguia identificar!

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