Meu nome é Mônica e estou desenvolvendo o conto 'O Inimigo' e minha relação com essa estória é uma inquietação com o choro do bebê. O desespero do ser humano em sua inquietude é capaz de qualquer ato, ao mesmo tempo puro e cruel. Esquecemos de nos colocar no lugar dos outros e julgamos, ao invés de ajudar, além da eterna exploração com o outro.
A relação da minha trajetória com a problemática atual é ter passado por isso. Um bebê que não parava de chorar e pra mim isso é desesperador.
A minha frase é: 'Quero dormir'.
ANGÚSTIAS
SINOPSE
“Angustias” traz à cena o mundo dos contos de Anton Tchekhov. É uma clara materialização artística dos sentimentos plasmados nas histórias do autor. Sentimentos que, embora cotidianos, se realizam nas mais delicadas, profundas espontaneidades e surpresas.
terça-feira, 3 de julho de 2012
segunda-feira, 2 de julho de 2012
quinta-feira, 7 de junho de 2012
A colherada estreita (Julio Cortázar - Histórias de Cronópios e de Famas)
Esse conto sempre me faz lembrar que somos mais complexos do que pensamos; acho-o um ótimo alimento para a nossa peça!
Lê
Um fama descobriu que a virtude era um micróbio redondo e cheio de patas. Instantaneamente deu a beber a sua sogra uma grande colherada de virtude. O resultado foi horrível: esta senhora renunciou a seus comentários mordazes, fundou um clube para a proteção de alpinistas perdidos e em menos de dois meses se comportou de maneira tão exemplar que os defeitos de sua filha, inadvertidos até então, passaram ao primeiro plano para grande sobressalto e assombro do fama. Não teve outro remédio senão dar uma colherada de virtude a sua mulher, que o abandonou nessa mesma noite por achá-lo grosseiro, insignificante e completamente diferente dos padrões morais que flutuavam rutilando perante seus olhos.
O fama refletiu largamente e afinal tomou ele próprio um frasco de virtude. Mas continuou da mesma maneira vivendo só e triste. Quando cruza na rua com a sogra ou a mulher, se cumprimentam respeitosamente e de longe. Não ousam sequer se falar, tamanha é a sua perfeição respectiva e o medo que tem de contaminar-se.
Lê
Um fama descobriu que a virtude era um micróbio redondo e cheio de patas. Instantaneamente deu a beber a sua sogra uma grande colherada de virtude. O resultado foi horrível: esta senhora renunciou a seus comentários mordazes, fundou um clube para a proteção de alpinistas perdidos e em menos de dois meses se comportou de maneira tão exemplar que os defeitos de sua filha, inadvertidos até então, passaram ao primeiro plano para grande sobressalto e assombro do fama. Não teve outro remédio senão dar uma colherada de virtude a sua mulher, que o abandonou nessa mesma noite por achá-lo grosseiro, insignificante e completamente diferente dos padrões morais que flutuavam rutilando perante seus olhos.
O fama refletiu largamente e afinal tomou ele próprio um frasco de virtude. Mas continuou da mesma maneira vivendo só e triste. Quando cruza na rua com a sogra ou a mulher, se cumprimentam respeitosamente e de longe. Não ousam sequer se falar, tamanha é a sua perfeição respectiva e o medo que tem de contaminar-se.
Reflexões: Letícia - O inimigo
Eu sou a Letícia e estou desenvolvendo o conto ‘O inimigo’.
Como sou professora, a opção desses pais por deixar a responsabilidade sob a
criança com a babá mexeu muito comigo. Atualmente essa é uma questão muito
presente na sociedade: pais que só se preocupam em fornecer um conforto
financeiro para seus filhos, e acabam esquecendo do afeto, do cuidado, da
proteção.
A personagem que desenvolvo se relaciona de modo muito frio
com os outros personagens, mas na iminência do sumiço de seu filho é que
descobrimos sua humanidade; ao dizer ‘Cadê
meu filho?! Varka, sua peste! Cadê? O que você fez?’ notamos um desespero
de uma mãe que só parece rever suas prioridades quando não há mais tempo de
voltar atrás.
quarta-feira, 6 de junho de 2012
" A PRIMEIRA PARTE VEM DO AMOR E A SEGUNDA, DO AMOR TAMBÉM."
A partir da proposta do André......Meu nome é Aretta, estou fazendo o conto O INIMIGO e ele me chamou a atenção por que não vejo o assassinato do bebê como uma brincadeira de criança, a Varka mata a criança por que assim como ela o bebê não consegue dormir e a morte pra ela é dormir, ela gosta do bebê e por isso o mata.
Acho importante dividir o que vivi na ultima aula:
Tivemos uma conversa sincera, como sempre, o João estava no mesmo lugar que todos os outros naquela roda, e pedia por mais de nós. O processo vinha se bloqueando.
Tive essa sensação no ensaio de domingo me sentia assim, angustiada por estar preza em meus fantasmas. Por não conseguir cantar. Me senti pressionada tinha que fazer aquilo rápido e acabava sempre estabanando a cena, o que não tinha entrega ao personagem.
Em meio a conversa chorei desesperadamente, por sentir algo que eu não podia explicar e não acho que seja culpa, como a Silvia me disse depois, talvez não dei tudo de mim mais vinha trabalhando os meus pensamentos e o meu corpo e principalmente a minha alma para isso.
Momentos depois da roda eu e a Letícia estávamos com a mesma sensação, despertamos para a mesma necessidade do pai que perde o filho, sentimos uma necessidade incontrolável de falar, de contar o que sentíamos, para o João ou para um dos assistentes, talvez tivessem respostas, mas não.
O João e a Silvia nos incentivou a fazer a cena mesmo que não conseguíssemos achar sentido, e a angustia continuava. Era um processo muito maior que descobriríamos juntas.
Fui pra casa muito pensativa e a Letícia me enviou essa frase no Facebook :, "E a complexidade de uma angústia despertada em mim torna-se impossível de ser compreendida - com Aretta Darelli"
E eu respondi: Complexidade que se divide com o medo de não viver a verdade. Se não for verdade não é nada!
A Leticia concluiu com a seguinte frase, e eu acredito nela:
"'Com a arte de um verdadeiro mestre, Tchékhov sabe matar as
mentiras cênicas, interna e externa, com uma verdade artística bela e
autêntica. Neste caso ele é muito exigente em seu amor pela verdade. Ele não
precisa das vivências banais diárias, que nascem na superfície da alma, nem
das sensações desgastadas que inclusive deixamos de notar e perderam
completamente a sutileza. Procura a sua verdade nos climas mais íntimos, nos
recantos mais sagrados da alma. Essa verdade inquieta pelo que tem de
surpreendente, pela relação misteriosa com o passado esquecido, com o
pressentimento inexplicável do futuro, com uma lógica especial da vida que
parece ridicularizar e zombar maldosamente das pessoas, colocando-a num
impasse ou rindo delas. Todos esses estados de alma, pressentimentos,
insinuações, cheiros e sombras dos sentimentos intraduzíveis em palavras partem
do recôndito da nossa alma e ali entram em contato com as nossas grandes
vivências: as sensações religiosas, a consciência social, o sentido supremo
da verdade e da justiça, a tendência curiosa da nossa razão para os mistérios
do ser. É como se esta região estivesse impregnada de substâncias explosivas,
bastando apenas que a nossa impressão ou lembrança toquem como uma fagulha essa
profundidade para a nossa alma explodir e arder em sentimentos vivos.'"
Espero que minha angustia e da Letícia possa agregar para a reflexão do grupo. Só entendi o que o Tchékhov diz por que na aula passada senti de verdade a angustia e é isso que as pessoas na apresentação tem que sentir, pra isso acontecer tem que ter verdade e entrega. Aretta Dareli - Conto: O INIMIGO |
O Ator - Tadeusz Kantor
Meus amigos ...
Texto lido por João Otávio na última aula, acho importante registrarmos esse momento do nosso processo e recorrer a esse texto sempre que necessário. Beijos.
Texto lido por João Otávio na última aula, acho importante registrarmos esse momento do nosso processo e recorrer a esse texto sempre que necessário. Beijos.
- O ATOR
- retrato nu do homem,
- exposto a qualquer transeunte,
- silhueta elástica.
- O ator,
- forasteiro,
- exibicionista desavergonhado,
- simulador fazendo demonstração de lágrimas,
- de riso,
- de funcionamento
- de todos os órgãos,
- dos vértices do espírito, do coração, das paixões,
- do ventre
- do pênis,
- o corpo exposto a todos os estimulantes,
- todos os perigos
- e todas as surpresas;
- engodo,
- modelo artificial de sua anatomia
- e de seu espírito,
- renunciando à dignidade e ao prestígio,
- atraindo os desprezos e os escárnios,
- tão perto das lixeiras quanto da eternidade,
- rejeitado pelo que é normal
- e normativo em uma sociedade.
- exposto a qualquer transeunte,
- silhueta elástica.
- O ator,
- forasteiro,
- exibicionista desavergonhado,
- simulador fazendo demonstração de lágrimas,
- de riso,
- de funcionamento
- de todos os órgãos,
- dos vértices do espírito, do coração, das paixões,
- do ventre
- do pênis,
- o corpo exposto a todos os estimulantes,
- todos os perigos
- e todas as surpresas;
- engodo,
- modelo artificial de sua anatomia
- e de seu espírito,
- renunciando à dignidade e ao prestígio,
- atraindo os desprezos e os escárnios,
- tão perto das lixeiras quanto da eternidade,
- rejeitado pelo que é normal
- e normativo em uma sociedade.
- Ator
- que vive unicamente
- no imaginário,
- levado a um estado de insatisfação crônica
- e de insaciabilidade perante tudo
- aquilo que existe realmente,
- fora do universo da ficção,
- que o compele
- a uma nostalgia perpétua
- constrangendo-o
- a uma vida nômade.
- Ator forasteiro,
- eterno errante
- sem lar nem lugar,
- buscando em vão o porto,
- carregando em suas bagagens
- todo o seu bem,
- suas esperanças, suas ilusões perdidas,
- o que é sua riqueza
- e sua carga,
- uma ficção
- que ele defende zelosamente até as últimas conseqüências
- contra a intolerância de um mundo indiferente.
- levado a um estado de insatisfação crônica
- e de insaciabilidade perante tudo
- aquilo que existe realmente,
- fora do universo da ficção,
- que o compele
- a uma nostalgia perpétua
- constrangendo-o
- a uma vida nômade.
- Ator forasteiro,
- eterno errante
- sem lar nem lugar,
- buscando em vão o porto,
- carregando em suas bagagens
- todo o seu bem,
- suas esperanças, suas ilusões perdidas,
- o que é sua riqueza
- e sua carga,
- uma ficção
- que ele defende zelosamente até as últimas conseqüências
- contra a intolerância de um mundo indiferente.
Tadeusz Kantor
terça-feira, 5 de junho de 2012
Reflexões: Juliana - A Corista
Eu, Juliana, estou desenvolvendo com a Camila o conto "A Corista". Esse foi um dos contos que chamou minha atenção desde o começo, pelo fato de não deixar clara a intenção de uma das personagens ao confrontar a outra, e a da outra ao se deixar 'conduzir' pela primeira. Nós vivemos em uma sociedade tão nociva, ativa e passiva, ingênua e dissimulada, tudo ao mesmo tempo, que acabamos nos perdendo facilmente mesmo quando estamos no caminho correto. Mas qual o caminho correto? Ele existe?
Esse conto me levou a tantos outros questionamentos... como nos relacionamos com os outros, como nos posicionamos, o que de fato levamos em consideração ou não, o que estamos escondendo, o que realmente buscamos? Qual vulneráveis estamos ou até que ponto nos fechamos? Existe uma hora certa pra deixarmos o muro que nos protege cair? Devemos deixá-lo cair, ou sequer deveríamos tê-lo construído?
A minha personagem então me toca de uma forma muito particular: ela tem muitas das mesmas perguntas que eu tenho. Quem sou eu, e o que eu quero? Como os outros me veem, como eu quero que me vejam? Existe toda uma construção em volta de mim mesma, mas que protege o que, de fato? Há algo que eu quero proteger ou esconder?
... e perceber que um conto de duas páginas traz tantas reflexões me assusta, me encanta, me engaja, me encoraja.
Esse conto me levou a tantos outros questionamentos... como nos relacionamos com os outros, como nos posicionamos, o que de fato levamos em consideração ou não, o que estamos escondendo, o que realmente buscamos? Qual vulneráveis estamos ou até que ponto nos fechamos? Existe uma hora certa pra deixarmos o muro que nos protege cair? Devemos deixá-lo cair, ou sequer deveríamos tê-lo construído?
A minha personagem então me toca de uma forma muito particular: ela tem muitas das mesmas perguntas que eu tenho. Quem sou eu, e o que eu quero? Como os outros me veem, como eu quero que me vejam? Existe toda uma construção em volta de mim mesma, mas que protege o que, de fato? Há algo que eu quero proteger ou esconder?
... e perceber que um conto de duas páginas traz tantas reflexões me assusta, me encanta, me engaja, me encoraja.
domingo, 27 de maio de 2012
Exercício: Monólogo Interno - Personagem: Esposa - Atriz: Camila - Conto: A Corista
Percebo a mudança dia após dia.
Desconfio. Sigo e me deparo com uma verdade assustadora. Traição?! Sim,
sentimento que me consome cada vez mais. Me pergunto o porque? O que eu fiz ou
não fiz?! Quem é essa maldita que o corrompeu? Quem é essa que destruiu tudo que eu
tinha? As dúvidas não acabam, só aumentam, me deixam angustiada, louca! Tenho
vontade de matar e morrer. Enlouquecida, sigo
adiante, buscando respostas e querendo tudo o que me foi tirado. Tudo que não
for dela. Cara a cara. Ódio, dor, culpa, tristeza, nojo! Um misto de
sentimentos que me perturbam e me impulsionam a fazer o pior. Matar ou morrer?
Mato! Tiro-lhe até a alma. Fique nua e humilhada, mulher imunda! Não consigo
sentir pena. Observar tamanha humilhação me dá prazer. Os sentimentos se
transformam. Suja! Vagabunda! Choro, me humilho, dissimulo, mas estou rindo por dentro, gargalhando. Quero mais, muito mais! Nua!!! Quanto a ele? No momento não me interessa. Quanto a ela? MATEI!
quarta-feira, 23 de maio de 2012
Exercício: Monólogo Interno - Atriz: Mônica. Personagem: Varka. Conto: O Inimigo.
Quero dormir! O
meu corpo não aguenta mais. Dia e noite sem parar. Preciso descansar. Já durmo
em pé. Tenho pesadelos com meu pai que morreu em uma operação. Mas sou menina
ainda, posso me libertar e viver minha vida.
Essa casa me dá
angústia. O bebê não para de chorar. Qualquer hora enlouqueço.
Estou muito
cansada e parece não ter fim.
Agora penso que
encontrei a solução pra minha vida.
Eliminar esta
criança que chora o tempo todo para ter um pouco de sossego.
sábado, 19 de maio de 2012
Super Objetivo
No estudo do conto: O Beijo, Jeff, estabelece uma relação com o Super Objetivo de Angústias.
"TUDO O QUE EU AGORA SONHO E QUE ME PARECE IMPOSSÍVEL E NÃO TERRESTRE É, NA REALIDADE, MUITO COMUM."
quarta-feira, 16 de maio de 2012
A Linha da Intuição e do Sentimento
Bom dia a todos os Angustiados!!!!!
Segue abaixo texto sugerido pela Mônica, para estudo, como referência para nosso processo!
Segue abaixo texto sugerido pela Mônica, para estudo, como referência para nosso processo!
A
Linha da Intuição e do Sentimento[1]
A
gaivota
Mais
uma série das nossas montagens de trabalhos desenvolveu-se pela linha da
intuição e do sentimento. Nesta série eu incluiria todas as peças de Tchékhov,
algumas de Hauptmann, até certo ponto A desgraça de ter inteligência de
Griboiêdov, as peças de Turguêniev, as encenações de Dostoievski e outras.
A
primeira montagem dessa série foi a peça de Tchékhov A gaivota.
Não
vou descrever os espetáculos das peças de Tchékhov, pois isto seria impossível.
Do seu encanto consiste em que não se traduz por palavras, mas está oculto
sobre elas ou nas pausas, ou nas concepções dos atores, na irradiação do seu
sentimento interior. Aí ganham vida em cena até os objetos monos, os sons, as
decorações, as imagens criadas pelos artistas, e o próprio clima da peça e de
todo o espetáculo. Isso aqui reside na intuição criadora e no sentimento artístico.
A
linha da intuição e do sentimento me foi sugerida pelo próprio Tchékhov. Para
revelar a essência interior das suas obras, é necessário fazer uma espécie de
escavação das suas profundezas espirituais. Evidentemente, isto é exigido por
qualquer obra de arte com conteúdo espiritual profundo. A Tchékhov isto se
refere em medida maior, pois não há outros caminhos para chegar a ele. Todos os
teatros da Rússia e muitos da Europa tentaram transmitir Tchékhov com técnicas
antigas de interpretação. E o que aconteceu? As tentativas fracassaram. Mencionem
pelo menos um teatro ou um único espetáculo que tenha mostrado Tchékhov em cena
através da teatralidade comum. E não foi qualquer um que tentou montar as suas
peças, mas os melhores artistas do mundo, aos quais não se pode negar nem
talento, nem técnicas, nem experiências. Só o Teatro de Arte de Moscou
conseguiu levar à cena alguma coisa do que nos legou Tchékhov, e o fez no
momento em que os artistas e a companhia estavam em fase de formação. Isto
aconteceu porque tivemos a sorte de encontrar um novo enfoque para ele. – É um
enfoque especial, e esse especial constitui a nossa principal contribuição
para a arte dramática.
As
peças de Tchékhov não revelam logo o seu valor poético. Depois da leitura, você
diz para si mesmo: "é boa, mas... não tem nada de especial, nada de
surpreendente. Tudo como deve ser. Tudo conhecido... verídico... não
novo..."
Não
raro o primeiro contato com as suas obras chega a ser frustrante. Parece que
nada temos a falar sobre elas após sua leitura. A fábula, o enredo?... Podem
ser expostos em duas palavras. Os papéis? Há muitos bons, mas não há aqueles
papéis vantajosos, aos quais o ator se lança à procura de um repertório de
bons papéis (tal repertório existe). Na maioria são pequenos papéis, "sem
o fiozinho condutor" (ou seja, são papéis de uma folha, que não exigem
linhas para a costura), nos quais nos lembramos de algumas palavras da peça,
da cena... Entretanto, coisa estranha: quanto mais soltamos a memória, mais
temos vontade de pensar na peça. Algumas passagens, pela sua ligação interna,
nos obrigam a pensar em outras ainda melhores e finalmente em toda a obra. Relemos
várias vezes e sentimos no seu interior camadas profundas.
Coube-me
interpretar nas peças de Tchékhov o mesmo papel centenas de vezes, mas não me
lembro de um único espetáculo durante o qual não se tenham revelado em minha
alma nova sensações e na própria obra novas profundidades ou sutilezas que
antes eu não havia percebido.
Tchékhov
é inexaurível porque, apesar da trivialidade que para uns ele sempre
representaria, no seu leitmotiv fundamental, espiritual, fala sempre
não do humano fortuito, particular, mas do humano com maiúscula.
É
por isto que o seu sonho com a vida futura na terra não é um sonho pequeno, um
sonho trivial, estreito mas ao contrário, é um sonho amplo, grande ideal, que
provavelmente continuará irrealizável, há de servir de meta mas cuja
realização não se poderá conseguir.
Os
sonhos de Tchékhov com a vida futura falam de uma elevada cultura do espírito,
do Espírito Universal do Homem que precisa não de "três metros de
terra" mas de todo o globo terrestre, falam de uma vida maravilhosa para
cuja criação precisamos trabalhar, suar e sofrer mais duzentos, trezentos, mil
anos.
Isto
pertence ao campo do eterno, no qual não conseguimos pensar sem emoção.
Suas
peças são muito ativas, mas esta atividade não está na forma externa mas em sua
evolução interior. Na própria inatividade das criaturas por ele criadas reside
a complexa ação interna. Tchékhov demonstrou melhor do que ninguém que a ação
cênica deve ser entendida do sentido interno e que só neste, livre de qualquer
pseudo-representação cênica, pode-se construir e fundamentar a .obra dramática
no teatro. Enquanto a ação externa no palco distrai, diverte ou incita os
nervos, a ação interna contagia, abrange a nossa alma e toma conta dela. É
claro que melhor ainda acontece quando as duas ações, a interna e a externa,
estão presentes na obra de forma intimamente ligada. A obra apenas sai ganhando
na sua plenitude e no seu caráter cênico. Entretanto a ação interna deve estar
em primeiro lugar. Por isto se enganam aqueles que interpretam nas peças de
Tchékhov a própria fábula, deslizando pela superfície e representando as
imagens externas dos papéis sem criar as imagens internas e a vida interna.
Em
Tchékhov é interessante a configuração espiritual das suas criaturas.
Engana-se
quem geralmente procura nas peças de Tchékhov interpretar, representar. Em
suas peças é preciso ser, ou seja, viver, existir, seguindo a
artéria principal da alma plantada profundamente no interior. Aqui Tchékhov é
forte pelos mais variados procedimentos, amiúde inconscientes, de exercer
influência. Em algumas passagens é impressionista, em outras simbolista,
onde precisa é realista, chegando às vezes a ser quase naturalista.
É
noite, desponta a lua, duas pessoas – um homem e uma mulher, trocam frases que
quase nada significam, prova apenas de que estão dizendo o que não sentem (as
criaturas de Tchékhov se comportam freqüentemente dessa maneira). Ao longe tocam
ao piano uma valsa trivial de taberna, que nos leva a pensar na miséria do
espírito, na trivialidade, no cotidianismo do meio. E de repente um pranto
inesperado, que irrompe do fundo do coração apaixonado e sofredor de uma moça.
Depois apenas uma frase curta, exclamativa:
"Não
posso... não posso eu... não posso..."
Essa
cena toda nada diz formalmente, mas excita uma infinidade de associações,
lembranças, senti- mentos inquietos.
Um
jovem desesperadamente apaixonado, por falta do que fazer e de maneira absurda,
coloca aos pés da sua amada uma linda gaivota branca morta. Trata-se de um magnífico
símbolo de vida.
Outro
exemplo: o aparecimento maçante de um professor prosaico, que durante toda a
peça importuna a mulher com uma única frase com a qual lhe apoquenta a
paciência: "vamos embora... a criancinha está chorando..."
Isto
é realismo.
Depois,
de repente, a cena repugnante de baixaria da mãe cabotina xingando o filho
idealista.
Quase
naturalismo.
E
no final: uma noite de outono, as gotas da água da chuva batendo na janela, o
silêncio, o jogo de cartas e ao longe uma valsa triste de Chopin; depois esta
se cala. Em seguida um disparo... uma vida que termina.
Isto
já é impressionismo.
Tchékhov
sabe como ninguém escolher e transmitir os estados de alma das pessoas,
extratificá-los em cenas acentuadamente contraditórias do cotidiano e borrifá-los
com as farpas do seu humor genuíno. E faz tudo isto não só como artista de
gosto apurado, mas também como homem que conhece o segredo do poder sobre os
corações dos artistas e dos espectadores.
Passando
de modo imperceptível de um estado de alma a outro, ele conduz as pessoas atrás
de si.
Vivendo
cada estado de alma separadamente, a gente se sente na terra, entrando no âmago
de uma rotina mesquinha e conhecida, que provoca em nossa alma uma grande
angústia e que procura uma saída. Mas Tchékhov nos familiariza de modo imperceptível
com seu sonho, sonho esse que indica a única saída para a situação, e nós nos
precipitamos para sair dela com o poeta.
Ao
enveredarmos por essa linha de um mineral aurífero situado em profundidade,
nós seguimos adiante, e mesmo quando voltamos à superfície continuamos a
sentí-la sob as palavras e as ações do papel e da peça.
Ao
olho cego parece que Tchekhóv desliza pela linha externa da fábula:, dedica-se
a representar os costumes, os pequenos detalhes da vida. Mas ele precisa de
tudo isto apenas como contraste ao sonho elevado, que vive sempre em sua alma
consumindo-se em expectativas e esperança.
Tchékhov
domina igualmente, no palco, tanto a verdade externa quanto a interna. Na vida
externa das suas peças, ele sabe como ninguém empregar e dar vida aos
acessórios de cartão mortos, decorações e efeitos luminosos. Refinou e
aprofundou os nossos conhecimentos sobre a vida dos objetos, sons e luz no
palco, que tanto no teatro como na vida exercem imensa influência sobre a alma
humana. O lusco-fusco, o nascer e o pôr do sol, a tempestade, a chuva, os
primeiros acordes matinais dos pássaros, o troféu dos cavalos pela ponte e o
ruído da carruagem que se afasta, o badalar dos relógios, o cri-cri do grilo e
o badalar dos sinos lhe são necessários não para produzir um efeito cênico
externo, mas para nos revelar a vida do espírito humano. Como separar a nós e
tudo o que aconteceu dentro de nós dos mundos da luz, do som e dos objetos,
entre os quais vivemos e dos quais tão intensamente depende a psicologia
humana? Foi inútil rirem de nós pelos grilos e outros efeitos sonoros e
luminosos dos quais lançávamos mão nas peças de Tchékhov, apenas dando vida às
inúmeras rubricas do autor. Se conseguirmos fazê-Io bem e não mal, de modo não
teatral, então merecemos antes aprovação que reprovação.
Em
meio à mentira externa, grosseira e impertinente do teatro, seria difícil
criar no palco a verdade interior, a verdade dos sentimentos e das vivências.
Com
a arte de um verdadeiro mestre, Tchékhov sabe matar as mentiras cênicas,
interna e externa, com uma verdade artística bela e autêntica. Neste caso ele é
muito exigente em seu amor pela verdade. Ele não precisa das vivências banais
diárias, que nascem na superfície da alma, nem das sensações desgastadas que
inclusive deixamos de notar e perderam completamente a sutileza. Procura a sua
verdade nos climas mais íntimos, nos recantos mais sagrados da alma. Essa
verdade inquieta pelo que tem de surpreendente, pela relação misteriosa com o
passado esquecido, com o pressentimento inexplicável do futuro, com uma lógica
especial da vida que parece ridicularizar e zombar maldosamente das pessoas,
colocando-a num impasse ou rindo delas.
Todos
esses estados de alma, pressentimentos, insinuações, cheiros e sombras dos
sentimentos intraduzíveis em palavras partem do recôndito da nossa alma e ali
entram em contato com as nossas grandes vivências: as sensações religiosas, a
consciência social, o sentido supremo da verdade e da justiça, a tendência curiosa
da nossa razão para os mistérios do ser. É como se esta região estivesse
impregnada de substâncias explosivas, bastando apenas que a nossa impressão ou
lembrança toquem como uma fagulha essa profundidade para a nossa alma explodir
e arder em sentimentos vivos.
Além
do mais, todas essas delicadíssimas sensações da alma estão impregnadas, em
Tchékhov, da poesia perene da vida russa. São infinitamente íntimas e
queridas, irresistivelmente encantadoras e por isto, ao encontrá-las, nós nos
entregamos tão facilmente ao seu efeito. A essa altura já é impossível não
começar a viver com elas.
Para
interpretar Tchékhov, é preciso antes de tudo escavar até atingir o seu veio
aurífero, entregar-se ao poder do sentido de verdade que o distingue aos
encantos do seu charme, crer em tudo e então, juntos com ele, seguirmos para
linha espiritual das suas obras em direção às portas secretas da própria supra
consciência artística. Ali, nas misteriosas oficinas da alma, cria-se o
"clima tckekhoviano", aquele recipiente que conserva todas as riquezas
e valores invisíveis da alma tchekhoviana que freqüentemente não se prestam à
conscientização.
Mas
a técnica desse complexo trabalho interno e os caminhos para a supra
consciência criadora são diversos. Nós dois, ou seja, Niemiróvitch-Dântchenko e
eu, enfocávamos cada um a seu modo Tchékhov e o tesouro espiritual oculto em
suas obras: ele, com seu método artístico-literário, de escritor, eu, com o meu
método representativo próprio da minha especialidade artística. Inicialmente
essa diferença de caminhos e enfoques para a peça nos atrapalhou. Nós nos
metíamos em discussões longas, passando das questões tão particulares para as
de princípio, do papel para a peça e para a arte em geral. A discussão
chegava a brigas, mas eram brigas de origem artística e por isso inofensivas.
Ao contrário, eram benéficas, uma vez que nos ensinava a nos aprofundarmos na
consciência da própria essência da arte. E logo desaparecia a delimitação dos
nossos enfoques e a divisão das nossas forças no teatro em papéis literário e
cênico: nós nos convencemos de que não podíamos separar a forma do conteúdo, e aspecto literário, psicológico ou
social da obra em relação aos protótipos, mise-en-scènes e formalização
material, que em seu conjunto criavam uma configuração artística da montagem.
Era
indiscutível, entretanto, que para dar resultados artísticos, o nosso trabalho
coletivo com a obra de Tchékhov exigia certa unificação das forças artísticas,
a saber: 1 – do homem de teatro e escritor, dramaturgo e professor de jovens
do teatro como era Vladímir Ivânovitch; 2 – de um diretor de cena livre dos
convencionalismos teatrais batidos, capaz de transmitir no palco o estado de
ânimo do poeta e revelar a vida do espírito humano nas suas peças através das suas
mise-en-scènes, de certa maneira de interpretação, de novas conquistas
no campo dos efeitos luminosos e sonoros; 3 – de um pintor decorador próximo
da alma de Tchékhov como era Símov.
Por
último, precisávamos de jovens atores de talento, educados com base no
beletrismo moderno como Knípper, Lílina, Moskvin, Katchálov, Meierhold,
Lujski, Gribúnin e outros. Os diretores de cena procuravam ajudar por todos os
meios os jovens artistas e encaminhá-los para o caminho verdadeiro da criação.
Como sempre, o que mais próximo havia em mão eram diferentes possibilidades
externas de direção de cena, aqueles recursos de montagem teatral de que
dispõe o diretor de cena, ou seja, as decorações, mise-en-scènes, iluminação,
som e música com auxílio dos quais é relativamente fácil criar um clima
externo.
Freqüentemente
esse clima influenciava a alma dos atores. Estes sentiam a verdade externa, e
as lembranças íntimas de suas próprias vidas ligadas a essa verdade
ressuscitavam em suas almas, tirando delas aquele sentimento de que falava
Tchékhov. Quando a artista parava de interpretar e começava a viver a vida da
peça, transformava-se em seu protagonista. O protagonista de uma peça refletia
naturalmente a alma do artista. As palavras do outro e as ações do papel transformavam-se
nas próprias palavras e atos do artista. Acontecia um milagre da criação. O
mais importante e necessário era o mistério da alma, em prol do qual valia a
pena toda a sorte de sacrifícios, suportar, sofrer e trabalhar na nossa arte.
Se
a linha da história, e dos costumes levou ao realismo externo, a
linha da intuição e do sentimento nos conduziu ao realismo interno. Deste
nós chegamos naturalmente à criação orgânica, cujos processos secretos se
desenvolvem no campo da supraconsciência artística. Esta começa onde termina o
realismo externo e interno. Esse caminho da intuição e do sentimento – do
externo para a supraconsciência, passando pelo interno – ainda não é o caminho
mais correto, contudo é o possível. Ao mesmo tempo, ele se tornou um dos
principais pelo menos na minha arte pessoal.
Foram
muito difíceis e complexas as circunstâncias em que montamos o espetáculo A
gaivota.
Anton
P. Tchékhov estava gravemente doente. Agravara-se o processo da sua
tuberculose. Neste caso, o estado espiritual dele era tal que não suportaria o
segundo fracasso de A gaivota, como acontecera na primeira encenação em Petersburgo. O insucesso
do espetáculo poderia ser mortal para o próprio escritor. Contra isto, nos
preveniu em lágrimas a irmã dele, Maria Pávlovna, implorando a supressão do
espetáculo. Entretanto nós precisávamos montá-lo a qualquer custo, pois a
situação material do teatro estava ruim e fazia-se necessário montar um novo
espetáculo. Deixo que o leitor julgue em que estado nós, artistas, entramos
em cena para a estréia da peça com uma sala nem de longe lotada (conseguimos
600 rublos de arrecadação). No palco, ouvíamos a voz que nos vinha de dentro e
sussurrava:
“Interprete
bem, magnificamente, conquiste o sucesso, o triunfo, se você não conseguí-lo,
saiba que, ao receber o telegrama, o seu escritor querido morrerá executado
pelas suas mãos. Você será o carrasco dele".
De
como nós interpretamos, não me lembro. O primeiro ato terminou com um silêncio
sepulcral da platéia. Uma das atrizes desmaiou, e eu mesmo mal me mantinha
sobre as pernas de desespero. Mas de repente, depois de uma longa pausa, um
estrondo, aplausos enlouquecidos. A cortina fechou-se... abriu-se... tornou a
fechar-se, e nós ali plantados, boquiabertos. Um novo rugido... e novamente a
cortina... Todos nós estávamos ali plantados, imóveis, sem perceber que
precisávamos fazer reverência. Finalmente sentimos o sucesso, ficamos
incrivelmente agitados e passamos a nos abraçar como se abraçam na noite de
Páscoa. E Lílina, que interpretara Macha que com suas palavras conclusivas
quebrara o gelo no coração do espectador, recebeu de nossa parte uma ovação. O
sucesso crescia a cada ato e terminou triunfalmente. Enviamos a Tchékhov um
telegrama detalhado.
Os
artistas que obtiveram maior sucesso foram Knípper (no papel de Arcádina) e
Lílina (no papel de Macha). As duas ficaram famosas nesses papéis.
Tiveram
atuação magnífica Lujski (no papel de Sórin) Artem (no papel de Chamráiev),
Meierhold (no papel de Treplev), A. V. Vichnievski (no papel de Dorn). Neste
espetáculo, sentiu-se a presença de individualidades artísticas expressivas,
talentos autênticos que pouco a pouco se transformaram em artistas, numa
companhia combativa.
Ao
nome de Tchékhov está ligado o do falecido crítico Nicolai Efímovitch Efrós, o
mais ardente admirador da arte de Tchékhov. Na estréia de A gaivota, Efrós
foi o primeiro a se lançar para a ribalta, subiu numa cadeira e começou a
aplaudir demonstrativamente. Foi o primeiro a enaltecer o Tchékhov dramaturgo,
os artistas e o teatro pela criação coletiva desse espetáculo. Desde então,
Nicolai Efímovitch Efrós incluiu-se entre os amigos próximos e íntimos do
nosso teatro, nos deu muito do seu coração meigo e apaixonado, e até o fim dos
seus dias foi um amigo constante e um cronista do teatro, que se sente diante
dele eternamente reconhecido e agradecido.
segunda-feira, 30 de abril de 2012
sábado, 21 de abril de 2012
quarta-feira, 4 de abril de 2012
Por que você vive?
Não sai da minha cabeça e permeia nossos ensaios. Acho muito necessário dividir:
sábado, 10 de março de 2012
segunda-feira, 5 de março de 2012
Aprofundando Tchekhov
Em nossa aula começamos a escolher alguns contos para termos um ponto de partida.
Fomos divididos em dois grupos, onde cada grupo escolheu 10 contos.
5 foram escolhidos pelos dois grupos. Sendo eles:
Fomos divididos em dois grupos, onde cada grupo escolheu 10 contos.
5 foram escolhidos pelos dois grupos. Sendo eles:
A Dama do Cachorrinho
http://www.4shared.com/office/Tnba2ubm/A_dama_do_Cachorrinho_-_Tchekh.html
http://www.4shared.com/office/Tnba2ubm/A_dama_do_Cachorrinho_-_Tchekh.html
Angustia
A Aposta
Brincadeira
A Corista
domingo, 4 de março de 2012
Boas Vindas
Olá Pessoal !!!!
Abrindo os trabalhos do nosso Blog, deixo aqui o Manifesto sobre a Vida do Artista (Marina Abramovic). Texto lido por Felipe Rocha (Assistente de Direção), na turma PA4 no dia 01/03/12.
Sejam bem vindos. Grande Beijo em todos!!!!
Abrindo os trabalhos do nosso Blog, deixo aqui o Manifesto sobre a Vida do Artista (Marina Abramovic). Texto lido por Felipe Rocha (Assistente de Direção), na turma PA4 no dia 01/03/12.
Sejam bem vindos. Grande Beijo em todos!!!!
Manifesto sobre a vida do artista
Marina Abramovic
Marina Abramovic
1 a conduta de vida do artista:
- o artista nunca deve mentir a si próprio ou aos outros
- o artista não deve roubar idéias de outros artistas
- os artistas não devem comprometer seu próprio nome ou comprometer-se com o mercado de arte
- o artista não deve matar outros seres humanos
- os artistas não devem se transformar em ídolos
- os artistas não devem se transformar em ídolos
- os artistas não devem se transformar em ídolos
- o artista nunca deve mentir a si próprio ou aos outros
- o artista não deve roubar idéias de outros artistas
- os artistas não devem comprometer seu próprio nome ou comprometer-se com o mercado de arte
- o artista não deve matar outros seres humanos
- os artistas não devem se transformar em ídolos
- os artistas não devem se transformar em ídolos
- os artistas não devem se transformar em ídolos
2 a relação entre o artista e sua vida amorosa:
- o artista deve evitar se apaixonar por outro artista
- o artista deve evitar se apaixonar por outro artista
- o artista deve evitar se apaixonar por outro artista
- o artista deve evitar se apaixonar por outro artista
- o artista deve evitar se apaixonar por outro artista
- o artista deve evitar se apaixonar por outro artista
3 a relação entre o artista e o erotismo:
- o artista deve ter uma visão erótica do mundo
- o artista deve ter erotismo
- o artista deve ter erotismo
- o artista deve ter erotismo
- o artista deve ter uma visão erótica do mundo
- o artista deve ter erotismo
- o artista deve ter erotismo
- o artista deve ter erotismo
4 a relação entre o artista e o sofrimento:
- o artista deve sofrer
- o sofrimento cria as melhores obras
- o sofrimento traz transformação
- o sofrimento leva o artista a transcender seu espírito
- o sofrimento leva o artista a transcender seu espírito
- o sofrimento leva o artista a transcender seu espírito
- o artista deve sofrer
- o sofrimento cria as melhores obras
- o sofrimento traz transformação
- o sofrimento leva o artista a transcender seu espírito
- o sofrimento leva o artista a transcender seu espírito
- o sofrimento leva o artista a transcender seu espírito
5 a relação entre o artista e a depressão:
- o artista nunca deve estar deprimido
- a depressão é uma doença e deve ser curada
- a depressão não é produtiva para os artistas
- a depressão não é produtiva para os artistas
- a depressão não é produtiva para os artistas
- o artista nunca deve estar deprimido
- a depressão é uma doença e deve ser curada
- a depressão não é produtiva para os artistas
- a depressão não é produtiva para os artistas
- a depressão não é produtiva para os artistas
6 a relação entre o artista e o suicídio:
- o suicídio é um crime contra a vida
- o artista não deve cometer suicídio
- o artista não deve cometer suicídio
- o artista não deve cometer suicídio
- o suicídio é um crime contra a vida
- o artista não deve cometer suicídio
- o artista não deve cometer suicídio
- o artista não deve cometer suicídio
7 a relação entre o artista e a inspiração:
- os artistas devem procurar a inspiração no seu âmago
- Quanto mais se aprofundarem em seu âmago, mais universais serão
- o artista é um universo
- o artista é um universo
- o artista é um universo
- os artistas devem procurar a inspiração no seu âmago
- Quanto mais se aprofundarem em seu âmago, mais universais serão
- o artista é um universo
- o artista é um universo
- o artista é um universo
8 a relação entre o artista e o autocontrole:
- o artista não deve ter autocontrole em sua vida
- o artista deve ter autocontrole total com relação à sua obra
- o artista não deve ter autocontrole em sua vida
- o artista deve ter autocontrole total com relação à sua obra
- o artista não deve ter autocontrole em sua vida
- o artista deve ter autocontrole total com relação à sua obra
- o artista não deve ter autocontrole em sua vida
- o artista deve ter autocontrole total com relação à sua obra
9 a relação entre o artista e a transparência:
- o artista deve doar e receber ao mesmo tempo
- transparência significa receptividade
- transparência significa doar
- transparência significa receber
- transparência significa receptividade
- transparência significa doar
- transparência significa receber
- transparência significa receptividade
- transparência significa doar
- transparência significa receber
- o artista deve doar e receber ao mesmo tempo
- transparência significa receptividade
- transparência significa doar
- transparência significa receber
- transparência significa receptividade
- transparência significa doar
- transparência significa receber
- transparência significa receptividade
- transparência significa doar
- transparência significa receber
10 a relação entre o artista e os símbolos:
- o artista cria seus próprios símbolos
- os símbolos são a língua do artista
- e a língua tem que ser traduzida
- Às vezes, é difícil encontrar a chave
- Às vezes, é difícil encontrar a chave
- Às vezes, é difícil encontrar a chave
- o artista cria seus próprios símbolos
- os símbolos são a língua do artista
- e a língua tem que ser traduzida
- Às vezes, é difícil encontrar a chave
- Às vezes, é difícil encontrar a chave
- Às vezes, é difícil encontrar a chave
11 a relação entre o artista e o silêncio:
- o artista deve compreender o silêncio
- o artista deve criar um espaço para que o silêncio adentre sua obra
- o silêncio é como uma ilha no meio de um oceano turbulento
- o silêncio é como uma ilha no meio de um oceano turbulento
- o silêncio é como uma ilha no meio de um oceano turbulento
- o artista deve compreender o silêncio
- o artista deve criar um espaço para que o silêncio adentre sua obra
- o silêncio é como uma ilha no meio de um oceano turbulento
- o silêncio é como uma ilha no meio de um oceano turbulento
- o silêncio é como uma ilha no meio de um oceano turbulento
12 a relação entre o artista e a solidão:
- o artista deve reservar para si longos períodos de solidão
- a solidão é extremamente importante
- Longe de casa
- Longe do ateliê
- Longe da família
- Longe dos amigos
- o artista deve passar longos períodos de tempo perto de cachoeiras
- o artista deve passar longos períodos de tempo perto de vulcões em erupção
- o artista deve passar longos períodos de tempo olhando as corredeiras dos rios
- o artista deve passar longos períodos de tempo contemplando a linha do horizonte onde o oceano e o céu se encontram
- o artista deve passar longos períodos de tempo admirando as estrelas
no céu da noite
- o artista deve reservar para si longos períodos de solidão
- a solidão é extremamente importante
- Longe de casa
- Longe do ateliê
- Longe da família
- Longe dos amigos
- o artista deve passar longos períodos de tempo perto de cachoeiras
- o artista deve passar longos períodos de tempo perto de vulcões em erupção
- o artista deve passar longos períodos de tempo olhando as corredeiras dos rios
- o artista deve passar longos períodos de tempo contemplando a linha do horizonte onde o oceano e o céu se encontram
- o artista deve passar longos períodos de tempo admirando as estrelas
no céu da noite
13 a conduta do artista com relação ao trabalho:
- o artista deve evitar ir para seu ateliê todos os dias
- o artista não deve considerar seu horário de trabalho como o de funcionário de um banco
- o artista deve explorar a vida, e trabalhar apenas quando uma idéia se revela no sonho, ou durante o dia, como uma visão que irrompe como uma surpresa
- o artista não deve se repetir
- o artista não deve produzir em demasia
- o artista deve evitar poluir sua própria arte
- o artista deve evitar poluir sua própria arte
- o artista deve evitar poluir sua própria arte
- o artista deve evitar ir para seu ateliê todos os dias
- o artista não deve considerar seu horário de trabalho como o de funcionário de um banco
- o artista deve explorar a vida, e trabalhar apenas quando uma idéia se revela no sonho, ou durante o dia, como uma visão que irrompe como uma surpresa
- o artista não deve se repetir
- o artista não deve produzir em demasia
- o artista deve evitar poluir sua própria arte
- o artista deve evitar poluir sua própria arte
- o artista deve evitar poluir sua própria arte
14 as posses do artista:
- os monges budistas entendem que o ideal na vida é possuir nove objetos:
1 roupão para o verão
1 roupão para o inverno
1 par de sapatos
1 pequena tigela para pedir alimentos
1 tela de proteção contra insetos
1 livro de orações
1 guarda-chuva
1 colchonete para dormir
1 par de óculos se necessário
- o artista deve tomar sua própria decisão sobre os objetos pessoais que deve ter
- o artista deve, cada vez mais, ter menos
- o artista deve, cada vez mais, ter menos
- o artista deve, cada vez mais, ter menos
- os monges budistas entendem que o ideal na vida é possuir nove objetos:
1 roupão para o verão
1 roupão para o inverno
1 par de sapatos
1 pequena tigela para pedir alimentos
1 tela de proteção contra insetos
1 livro de orações
1 guarda-chuva
1 colchonete para dormir
1 par de óculos se necessário
- o artista deve tomar sua própria decisão sobre os objetos pessoais que deve ter
- o artista deve, cada vez mais, ter menos
- o artista deve, cada vez mais, ter menos
- o artista deve, cada vez mais, ter menos
15 a lista de amigos do artista:
- o artista deve ter amigos que elevem seu estado de espírito
- o artista deve ter amigos que elevem seu estado de espírito
- o artista deve ter amigos que elevem seu estado de espírito
- o artista deve ter amigos que elevem seu estado de espírito
- o artista deve ter amigos que elevem seu estado de espírito
- o artista deve ter amigos que elevem seu estado de espírito
16 os inimigos do artista:
- os inimigos são muito importantes
- o Dalai Lama afirmou que é fácil ter compaixão pelos amigos; porém, muito mais difícil é ter compaixão pelos inimigos
- o artista deve aprender a perdoar
- o artista deve aprender a perdoar
- o artista deve aprender a perdoar
- os inimigos são muito importantes
- o Dalai Lama afirmou que é fácil ter compaixão pelos amigos; porém, muito mais difícil é ter compaixão pelos inimigos
- o artista deve aprender a perdoar
- o artista deve aprender a perdoar
- o artista deve aprender a perdoar
17 a morte e seus diferentes contextos:
- o artista deve ter consciência de sua mortalidade
- Para o artista, como viver é tão importante quanto como morrer
- o artista deve encontrar nos símbolos da sua obra os sinais dos diferentes contextos da morte
- o artista deve morrer conscientemente e sem medo
- o artista deve morrer conscientemente e sem medo
- o artista deve morrer conscientemente e sem medo
- o artista deve ter consciência de sua mortalidade
- Para o artista, como viver é tão importante quanto como morrer
- o artista deve encontrar nos símbolos da sua obra os sinais dos diferentes contextos da morte
- o artista deve morrer conscientemente e sem medo
- o artista deve morrer conscientemente e sem medo
- o artista deve morrer conscientemente e sem medo
18 o funeral e seus diferentes contextos:
- o artista deve deixar instruções para seu próprio funeral, para que tudo seja feito segundo sua vontade
- o funeral é a última obra de arte do artista antes de sua partida
- o funeral é a última obra de arte do artista antes de sua partida
- o funeral é a última obra de arte do artista antes de sua partida
- o artista deve deixar instruções para seu próprio funeral, para que tudo seja feito segundo sua vontade
- o funeral é a última obra de arte do artista antes de sua partida
- o funeral é a última obra de arte do artista antes de sua partida
- o funeral é a última obra de arte do artista antes de sua partida
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